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Destinos turísticos e a realidade do saneamento básico no Brasil

O final de ano é um período de alta temporada no Brasil, quando milhares de pessoas escolhem destinos turísticos para descansar e aproveitar as férias. Lugares como praias paradisíacas, cidades históricas e regiões serranas recebem turistas de todo o país e do exterior. No entanto, enquanto esses destinos ganham destaque pelo potencial turístico, muitas vezes a infraestrutura básica, como saneamento, fica em segundo plano, impactando não apenas os moradores locais, mas também os visitantes.


Saneamento nos destinos turísticos mais procurados


O Brasil apresenta uma desigualdade alarmante no acesso ao saneamento básico, que inclui o fornecimento de água potável, coleta de esgoto e tratamento de resíduos. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), cerca de 83% da população brasileira tem acesso ao abastecimento de água tratada, mas apenas 54% têm coleta de esgoto, e menos de 50% do esgoto coletado é tratado. Esse déficit afeta diretamente diversos destinos turísticos que, apesar de receberem milhares de visitantes, enfrentam problemas graves de infraestrutura.


Região Nordeste: Paraísos com desafios ocultos


A região Nordeste, conhecida por suas praias deslumbrantes e culinária rica, é um dos destinos mais procurados no final do ano. Lugares como Porto de Galinhas (PE), Jericoacoara (CE) e Praia do Forte (BA) são exemplos de locais que atraem turistas em massa, mas enfrentam desafios no saneamento básico. De acordo com dados do Instituto Trata Brasil, estados como Alagoas, Maranhão e Piauí apresentam os piores índices de saneamento no país, com menos de 20% de tratamento de esgoto em algumas localidades.

Em Porto de Galinhas, por exemplo, o grande fluxo de turistas agrava a falta de infraestrutura de saneamento, resultando em contaminação de rios e praias. Já em Jericoacoara, o esgoto irregular ameaça a preservação ambiental do Parque Nacional, uma área protegida que deveria ser exemplo de sustentabilidade.


Região Norte: Natureza exuberante, mas esquecida pela política


Outro exemplo é a Amazônia, que abriga destinos únicos, como Alter do Chão (PA), conhecido como o "Caribe Amazônico". Apesar de sua beleza natural, Alter do Chão sofre com a ausência de saneamento básico adequado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 10,5% da população da região Norte tem acesso à rede de esgoto. Esse descaso ameaça não apenas a qualidade de vida dos moradores, mas também o ecossistema sensível da região, que é fundamental para o equilíbrio climático do planeta.


Região Sudeste: Cidades turísticas com desafios urbanos


Mesmo na região Sudeste, onde estão as capitais com os melhores índices de saneamento, cidades turísticas menores enfrentam dificuldades. Ubatuba (SP), um dos destinos mais procurados do litoral paulista, sofre com a poluição de rios e praias devido ao esgoto despejado de forma inadequada. De acordo com o ranking do Trata Brasil, Ubatuba tem apenas 36% de cobertura de coleta de esgoto, e parte do que é coletado não recebe o tratamento necessário.

Em cidades históricas de Minas Gerais, como Ouro Preto e Tiradentes, o turismo cultural é afetado por problemas estruturais que comprometem a preservação do patrimônio e a qualidade de vida dos moradores.


O impacto na saúde e no meio ambiente


A falta de saneamento básico não é apenas um problema local. Ela afeta o turismo, a economia e a saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 em saúde. Em destinos turísticos, a falta de infraestrutura pode resultar em surtos de doenças, como diarreia e leptospirose, além de impactar negativamente a experiência dos visitantes.

Além disso, a poluição das águas e do solo prejudica o meio ambiente e reduz a atratividade desses destinos a longo prazo. Sem uma solução, muitos lugares que hoje são populares podem sofrer com a degradação ambiental e o afastamento de turistas.


Como mudar essa realidade?


Para garantir que os destinos turísticos brasileiros sejam sustentáveis e preparados para receber visitantes, é essencial investir em saneamento básico. Parcerias entre o setor público, privado e organizações não-governamentais podem trazer soluções inovadoras e acessíveis para melhorar a infraestrutura dessas localidades.

Projetos como os da SDW, que levam tecnologias de água e saneamento para comunidades em vulnerabilidade, mostram que é possível promover mudanças reais. O uso de tecnologias sustentáveis pode beneficiar tanto os moradores quanto os turistas, preservando o meio ambiente e garantindo saúde e bem-estar para todos.


Turismo sustentável: um compromisso de todos


Como turistas, é nosso papel apoiar iniciativas e destinos que promovam práticas sustentáveis. Escolher hospedagens e empresas comprometidas com o meio ambiente, evitar o desperdício de recursos naturais e exigir políticas públicas para melhorias de infraestrutura são passos importantes para transformar o turismo no Brasil.

Por outro lado, cabe às autoridades e às empresas do setor investir em soluções que garantam não apenas o desenvolvimento econômico dos destinos, mas também a qualidade de vida dos moradores e a preservação do meio ambiente. Afinal, só é possível construir um turismo forte e atrativo quando há respeito pelas pessoas e pelo planeta.

Se você quer saber mais sobre como tecnologias sustentáveis podem transformar vidas, continue acompanhando o blog da SDW. Vamos juntos construir um futuro onde o turismo e o saneamento caminhem lado a lado!

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Prêmio BELA (Brazilian Environmental Leader Award)